quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fora da Ordem

"Com os atuais acontecimentos do Rio, vejo muita gente enviando mensagens de SOS para o Capitão Nascimento.

Pois é, foram subtrair aos “bandidos” o seu sustento, expulsá-los do seu habitat sem dar nada em troca, nem mesmo uma indenização ou pagamento pelo ponto, deu no que está dando.
...
Ironias a parte, eu já pressentia que as ocupações das favelas pelas UPPs e expulsão dos comandos de pontos estratégicos dos tráfico no Rio não iam ficar tão baratas.

Não só pela perda do negócio pelos chefes das bocas, com todo o prejuízo financeiro somado ao achincalhamento, desmoralização e tom de desafio que isso representa. Mas, acima de tudo, porque há políticos e ricaços no Brasil, na América Latina e nos EUA que não querem perder a teta brasileira do mercado de drogas.

E, por trás disso tudo, há o tráfico de armas, que incita e é sustentado pelo das drogas e que inclui, em sua rede, figurões dos altos escalões politicos e econômicos de vários países.

É aí que reside a origem de toda essa violência. Se não fossem as drogas, seriam querelas religiosas, disputas de fronteira ou qualquer outro tipo de tensão que pudesse gerar consumo de material bélico.

Há aí duas grandes redes que se retroalimentam e vivem do sangue sugado de nossa juventude.

Portanto, essa inesperada união das facções do Rio, se está mesmo ocorrendo, a meu ver, é algo orquestrado de cima.

Ninguém quer discutir a liberação nem mesmo da maconha, não só por questões morais, de saúde ou ordem religiosa, mas, sobretudo, porque há um lobby de tubarões graúdos contra a discussão do tema.

A canalha que organiza esse festim não pretende pagar impostos sobre os seus produtos, É preferivel que o mercado ocorra na clandestinidade, como nos tempos da lei seca americana com seus gangsters elegantes.

Aqueles meninos descamisados com armas na mão são apenas o peixe pequeno, a bucha de canhão, os desafortunados buscando reconhecimento e um lugar na sociedade, e que se não é a nossa, que seja uma outra, paralela, por eles soerguida.

O que hoje se vê, embora não pareça, é uma luta por um lugar ao sol de pessoas que a civilização branca organizada de forma injusta relegou a um plano inferior, bem inferior.

É como tapar um vulcão com tapete, por isso tanta violência.

Há um livro do Tarso Genro, escrito nos anos 1980 ou 90 com o título, Socialismo ou Barbárie, inspirado com certeza nos pensamentos da Revista do grupo Francês Socialisme ou Barbarie criado em 1949 por dissidentes trostkistas.

Naquele volume, Tarso já previa os atuais acontecimentos.

Não há como forjar a construção da identidade de um país nem a identidade individual de cada cidadão conectada ao sentimento de pertencimento a uma nação, excluindo desse processo uma parcela tão significativa de sua população como aconteceu no Brasil e tratando esses excluídos como párias, sufocando as suas possibilidades de participação,represando suas energias produtivas e também sua sede de compensação, de reconhecimento e de satisfação de seus desejos e suas alegrias sem que um dia essas energias represadas acabem por derrubar os diques que as contém.

Queremos paz sim, queremos um Brasil melhor, queremos terminar bem esse ano e começar melhor o próximo. Queremos despoluir os rios, resolver os problemas habitacionais, de alimentação, educação, cultura, saúde e transporte. Queremos esporte vitorioso com Copa do Mundo e Olimpíadas seguras e bem sucedidas.

Mas esses caras também querem um lugar para viver e precisam, como qualquer pessoa, ter o reconhecimento de seus desejos e de suas individualidades. Querem ganhar bem. adquirir bens, almejam uma ascencão social e muitos a obtém na escalada das hierarquias do tráfico.

Essas possibilidades de certa forma, mantinham o crime no Rio sob determinadas regras e portanto não havia uma violência tão disseminada.

Mas é lógico que não poderia durar muito tempo uma situação assim, baseada em um mercado ilícito, mesmo que, por trás dos seus mecanismos, opere uma outra rede
ainda pior e mais poderosa, com Alvará e endereço postal que é a rede do tráfico de armas, essa sim o foco principal, onde até mesmo agências de inteligência parecem estar envolvidas.

Acontece que surgem agora novos interesses que não são compatíveis com o panorama atual e que incluem, entre outras coisas, o futuro promissor do mercado de imóveis que já se anuncia em decorrência dos eventos esportivos vindouros, com uma inevitável visada em direção aos morros onde se encontram as melhores vistas da cidade,

É lá que os comandos vem operando nas últimas décadas. E é de lá que agora precisam ser enxotados, dando início a uma provável “limpeza” do terreno.

Por isso, uma das primeiras perguntas que me ocorre é:

- Onde, em que espécie de aterro, os governos estão pensando em assentar os pobres que hoje habitam as favelas da Zona Sul?

Não há como varrer a miséria como fez Lacerda e outros governantes de outrora, jogando os pobres na Baixada, na Cidade de Deus e outras periferias.

Hoje o buraco é mais embaixo, a população é maior, mais reativa e encontra-se armada. Talvez haja um erro de avaliação nas estratégias de Cabral, Paes e Lula a esse respeito.

Não estou, de forma alguma, colocando- me do lado do crime, mas sim analisando a questão com distanciamento e tentando abordá-la da forma mais ampla possível.

O que está acontecendo agora, para os “bandidos” talvez tenha o sabor de uma revolução, mesmo que eles não possuam conhecimento do significado dessa palavra. Mas não esqueçamos que sua organização se deve a orientações recebidas de presos políticos nos anos 60 e 70 do século passado.

Aquelas torturas, por todos eles sofridas nos porões da ditadura, de certa forma, também emergem agora. Há toda uma violência gerada e contida que nesse momento quer recair sobre a sociedade que a produziu.

É importante ter isso em vista.

Mas, o mais importante, a meu ver, são os interesses internacionais, os caras que estão por trás disso e que não sujam as mãos, não vendem, mandam vender, não matam, mandam matar.

- Por que será que as informacões da polícia vazam?

O Capitão Nascimento pelo qual clamo agora é o do segundo filme. Aquele que nos traz uma conscência maior sobre o que está acontecendo e não apenas o combatente matador.

Há que se tratar a questão com energia, mas também há que se pensar em alternativas, em programas para o futuro que não permitam que esse mal continue crescendo.

Abro para o debate.
Bom dia.
Namastê."

Antônio Villeroy

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Morte Nada É.

(Acordei saudosa, então postei um texto que Andrea Evora Cals também publicou)




"A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado.
Eu sou eu, tu és tu.
... Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi; Sem qualquer ênfase, Sem qualquer sombra.
A Vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi
O "fio" não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estarei longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem."

Henry Scott Holland

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

INTERCONTINENTAL



"A burguesia foi invadida, ameaçada,
Assustada
Pelas ratazanas da favela.
Traficantes possantes armados, irados
Usurpando o protegido hotel
Dos burgueses,
Fugindo das leis corruptas
Sustentadas pelo capital,
Igualando-se no igual, maior até,
Por terror mostrado de poder,
Fazer como quiser, ser mais
Em horror da imposta verdade;
Paralela guerra
Nos comandos criados vermelhos
Pelos antigos artigos, atos militares
Por época de chumbo
E que hoje,
Os novos comprados eleitos governos, de joelhos,
Rezas, acordos, guerras, extermínio,
Piora
Com a miséria, desgraçada declarada diferença;
Fome, fobia, prostituição, tráfico,
Vapor, avião, endolador, boqueteira,
Favelada criada
Maravilhosa, na cidade brasileira.

A burguesia foi invadida, ameaçada,
Assustada
Pelas ratazanas da favela
Armada, parda, mostrada na cara; cara a cara,
Granada, traçante, rasante, perdida,
Flagrante que não vale nada
O jornal, demagógico falso dito
Feito
Em milionária propaganda demais, a eles, donos senhores do esquema.
Não!
Quanto mais matam, mais vêm;
Quanto mais enganosos paternalizam, mais querem.
É a sarna oposta da ruína do sistema.
O câncer, póstumo verme próximo;
Medo, ostra, nojo, férvido inferno.
O desperdício viu a fome;
O nada tem com o tudo quer, consegue, oprime, consome.
Quanto vale sua vida,
Burguesia invadida?"


Luiz Carlos Barros Caldas

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Meu gêmeo na Korea


"Familia,

Estou em Seul. Acabou que viemos direto pra ca, com uma parada de poucas horas no aeroporto de Londres pra conexao. O voo estava indo bem, sem turbulencia, ate que faltando 4 horas pra pousar em Seul uma mulher que estava sentada na poltrona atras da minha morreu. Isso mesmo, a mulher morreu. Os coreanos sao tao discretos que nao percebi nada de estranho ate que me levantei pra ir ao banheiro e a mulher estava deitada no chao e a tripulacao a sua volta fazendo massagem cardiaca, bombeando ar e etc. Foram uns 30 minutos de tentativas de reanimacao ate que enrolaram o corpo com aquelas mantinhas do aviao e voamos o resto do percurso com um cadaver no chão da cozinha. O café da manhã foi servido normalmente e quando pousamos um médico entrou no avião pra atestar o óbito. Preferia a turbulência...

O fuso é cruel. 12 horas de diferenca se sente. Um cansaco diferente. Mas consegui dormir, ontem e hoje. Acordei nas duas noites as 3 da manhã mas consegui voltar a dormir. O hotel é um episódio à parte. Se chama W Hotel. Dá uma pesquisada na internet. É super moderno, super luxuoso. A decoracao é futurista. Me lembrou LOST IN TRANSLATION. Hoje de manha nadei na piscina e me senti meio Bill Murrey. Me deram uma touca preta e uns chinelos trasparentes. O ingles deles é bastante limitado e abre espaço para mal entendidos. Engraçado.

Ontem dei uma volta pela cidade. Conto melhor no proximo e-mail. Hoje darei mais uma.

Nao sei se vai rolar Londres na volta. Eles so conseguiram reserva pra gente voltar na segunda feira que vem, daqui. Se eles conseguirem antecipar pro sabado, passo dois dias em Londres, senão acho dificil. Não posso mais faltar aula no meu curso senão perco o semestre. Infelizmente. Queria muito voltar a Londres, e estarei no aeroporto deles. Enfim...

O Eike chega aqui hoje a noite. To curioso pra saber como é o esquema dele. O cara ta na lista das 10 pessoas mais ricas do mundo. Se nao me engano ele é o setimo. Deve ser muito interessante ver como essas pessoas funcionam, de perto.

Beijos,

Felipe."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quero apenas cinco coisas..



"Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão ...
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

Pablo Nerudana

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.



"Cirurgia de Lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem apontar nem acusar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideial é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde e outra é obsessão. O mundo pirou, enloqueceu. Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual, é malhação.

Amor é cafona. Sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal. Gordura é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem. Imagem, estética, medida e beleza. Nada mais importa. Não importa os sentimentos, não importa a cultura, sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda. Nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal, mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.

Que eu me acalme. Que o amor sobreviva."

Herbert Vianna

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Conquistarei o que desejo!


Queria saber domar meus pensamentos. Principalmente os positivos.

Me considero uma pessoa positiva. Já li que meus signos, Áries com ascendência em Sagitário, me tornam uma pessoa positiva. Sempre me identifiquei com essa afirmativa. Mas quando o tema é pensamento negativo, ele se torna tão forte quanto o pensamento positivo.

Vou exemplificar pra que entenda: quando faço teste pra algum personagem, tenho o sintoma positivo ou negativo do resultado. E normalmente acerto. Às vezes, infelizmente acerto, outras, felizmente.

É louco pensar que dominamos nossa mente a esse ponto, mas acredito que sim. O mesmo acontece em todos os temas na minha vida. Seja nos relacionamentos amorosos ou não, ou nas aprovações de orçamento da minha empresa. É como se eu fosse ou não capaz de realizar aquele acontecimento. Quando eu não me sinto capacitada, sou reprovada, quando me sinto capacitada, aprovada.

Queria ter o poder de decidir as coisas em todas as áreas. Já que sinto que o dom, tenho.

Tenho lido muito sobre o tema e irei aprender a aplicar a teoria pra conquistar o resultado desejado. Assim como irei atuar em grandes montagens, assinarei incríveis contratos, assim como terei uma feliz e saudável família, atuarei em incríveiS longas-metragens, viajarei muito pelo mundo e aplaudirei de pé o sucesso dos meus irmãos. Tenho fé que irei!

sábado, 17 de julho de 2010

Tudoaomesmotempoagora!


Durante muitos anos da minha jovem vida trabalhei como produtora em diversos tipos de eventos. Sejam eventos culturais ou sociais. Mas trabalhei muito!

A função de um produtor, seja na área que for, é resolver “pepinos”. Tudo sobra pra produção. E o perfil principal de um bom produtor é a pró-atividade. Temos que prever qualquer erro que possa acontecer.

Acredito que meus muitos anos nessa área tenham me ajudado a resolver os “pepinos” do dia-a-dia. Sou expert em agendar técnicos, organizar casas, calcular o tempo pra cumprir horários. Todas essas características me fazem ser uma pessoa eficiente e pontual, além de “agilizadora”. Sou ágil.

Mas nunca soube responder se sou uma boa produtora por ser ágil ou se sou ágil por ser uma boa produtora. Se bem que acho que o que importa mesmo é a qualidade existente e não o meio para se alcançá-la. Ou não.

domingo, 11 de julho de 2010

Sim, até a maturidade tira férias.


No meu último post comentei sobre a maturidade de identificar quando o sentimento vivido é amor ou paixão. Confesso que a maturidade estava de férias quando escrevi o post. Sem arrependimentos nem mágoas, afinal optei por viver cada segundo e adorei tudo que vivi. Mas passou e ficou um grande carinho. Enorme, aliás.

Mas o melhor disso tudo é poder viver a paixão sem pensar nada além. Isso já é a maturidade que nos traz. A ansiedade é o grande mal de qualquer sentimento. Viver com calma e sem pensar se aquela paixão vai ou não virar amor, é o grande segredo da conquista da felicidade. E assim me mantenho feliz.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Amor Tranquilo


A sensação de paz é fácil de ser identificada, mas não tão fácil de ser alcançada.

Com a chegada do amadurecimento, a quantidade de sensações para se alcançar a paz, aumenta. Não sei se passamos a ser mais chatos e exigentes ou se passamos a querer somar mais sensações boas para ter certeza do alcance da paz, mas que a paz vira uma espécie de utopia, vira.

Junto com a maturidade outra grande qualidade vem, que é a fácil identificação de quando a paz é alcançada. E é dela que quero falar:

A paz chegou e veio acompanhada. Me trouxe ótima música, novos amigos e um lindo sonho de viver um amor tranquilo. Eu tenho a sorte.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Obrigada, de verdade!


Quando comecei a ter noção de como a vida de artista é, tive certa dúvida se queria “aquilo” pra mim. Calma aí. Estou falando da parte que mais me assusta, que é a invasão de privacidade.

Sempre fui tímida. Na verdade era extremamente tímida pra certas coisas, como atravessar uma praça de alimentação. Achava que todos estavam criticando meu jeito de me vestir ou meu cabelo despenteado. Mas como a profissão foi me conquistando, tive que abrir mão da minha timidez. Resolvi não pensar mais no tema. Quando penso que podem estar me observando, mudo o foco. Às vezes funciona.

Durante meus anos de estudo e de conquistas, fui aprendendo a lidar com meus medos. Essa invasão de privacidade que tanto me apavorava foi desaparecendo, porque percebi que as pessoas só poderiam ir até aonde eu permitisse. Sendo ou não fãs. Até amigos ou família, são pessoas que torcem por nós como fãs e que não devem invadir nossa vida.

Sempre achei muito “doida” a relação com os fãs. E acho MUITO importante ser uma relação saudável.

Alguns dos fãs se tornaram amigos. Uma delas é a Natinha, que já foi tema de texto nesse Blog:

http://juliasabugosa.blogspot.com/2008/09/pestinha.html

Há pouco mais de um ano conheci a Rafinha. Uma menina também super inteligente e querida, que SEMPRE torce por mim e pela minha irmã. E isso é mérito nosso, de nós três. No início fiquei meio preocupada em não poder retribuir todo o carinho dedicado por ela, mas hoje em dia falamos abertamente sobre isso e tudo ficou mais claro e verdadeiro. Mais uma conquista, mas agora de nós duas: eu e Rafinha.

Agradeço muito pelas amizades conquistadas nesses anos todos de trabalho. E sem essa torcida grande e verdadeira, seria sem graça cada vitória.

Obrigada, de verdade!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Brinde a Vida!





A vida é uma passagem e acredito que todos nós pensemos assim.

Por mais que uns não acreditam em céu ou inferno, acreditamos no aqui e agora e isso já basta pra nos fazer querer aproveitar o máximo possível tudo que estamos vendo e sentindo.

Então falemos de vida:

Semana passada minha avó querida completou 90 anos de vida. Estão sendo muito bem vividos. Minha avó continua ativa fisicamente e mentalmente. É uma das mulheres mais inteligentes que conheço. Acredito que todos que a conhecem dividam da mesma opinião que eu.

Exatamente pela paixão que todos sentimos por ela reunimos 91 pessoas que a amam, no seu jardim na última tarde de sábado, para brindarmos a vida. Minha avó é sinônimo de vida. Foi uma bela festa com duração de 12h. Muita música, vinho, cerveja, batida e pro seco pra celebrar a vida!

Minha avó é uma mulher de poucos abraços, mas muitos comentários precisos. Ela abraça sem tocar. Ela ensina sem querer. Ela inspira sem sentir. Ela é naturalmente um exemplo. E sem saber a dimensão disso tudo, ela vai vivendo.

Numa semana onde a vida foi celebrada, a morte andou por perto e nos levou um jovem cheio de talento e carisma. Um cara que vivia pra música e pros filhos. Que tinha uma vida saudável e alegre. Aliás “saudável e alegre” são duas coisas comuns entre minha avó e o Zé São Paulo. Zé era um cara com saúde, alegre e desportista. Um cara cheio de amigos e fãs. Assim como minha avó.

Com essa semana tão contraditória, onde a vida e a morte caminharam juntas, chego à conclusão que nada melhor que olhar a vida com simplicidade. Pra quando nosso momento chegar estejamos satisfeitos com nossos feitos. Assim acredito que Zé estivesse.

Aproveite a vida. Celebre a vida. Cuide dos seus amores e nunca deixe de dizer o quanto ama quem ama de verdade. Eu amo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tomo suas Mãos nas Minhas


Ontem assisti a um espetáculo que me deixou completamente apaixonada: “Tomo suas Mãos nas Minhas”.

Em cena estão a bela e talentosíssima atriz, Mirian Freeland e também igualmente brilhante, Roberto Bomtempo. A peça é uma história contada a partir de cartas que eram trocadas por um autor e sua atriz: Anton Tchekhov e Olga Knípper.

O texto é a costura das 412 cartas trocadas pelo casal. A tradução é da Carol Rocamora, e é de uma delicadeza quase única. Trata-se de um romance puro e forte. Um amor quase impossível, não só pela tuberculose grave que ele tem ou pela diferença de idade, mas pela distancia física um do outro.
Encontram nas cartas única maneira de manter esse amor vivo. E conseguem de uma forma firme e fiel.

Mirian e Bomtempo são casados na vida real. Formam um casal tão doce e precioso que parecem até a encarnação de Tchekhov e Olga. Uma sintonia tão linda em cena que fazem o teatro inteiro se apaixonar.

Aí penso: um romance lindo e real. Que bom. Apesar de poucos usarem cartas pra se comunicar, o amor puro e verdadeiro pode existir sim, e isso que importa.

Me senti muito privilegiada.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Simples

Tenho ido muito ao cinema. Sempre fui, mas de um tempo pra cá tenho ido mais. Tenho reservado mais tempo pra ele. E tem sido muito gratificante.

Teatro também tem sido uma boa rotina. Me faz um bem enorme.

Sempre adorei reservar uma parte do tempo da minha vida pra arte. Até dar uma volta de bicicleta na lagoa Rodrigo de Freitas é arte pra mim.

Mas tenho sido pouco artista na arte da escrita. Sempre gostei de escrever, mas nunca havia percebido isso com um olhar direto. Não sabia o quanto gostava disso até criar esse blog. Mas tenho sido relapsa no tema.

O mais curioso é que tenho vivido muitas coisas boas, que é o que me inspira à escrever. Mas não tenho escrito.

Te devo textos. Assisti coisas lindas e não escrevi sobre. Vivi uma estréia maravilhosa com um processo de montagem brilhante e não te contei.

Acho que são os 33 anos chegando. Muita pressão isso tudo: 33 anos de idade, na páscoa. O que isso quer dizer?? Espero que seja bom!



segunda-feira, 22 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Convite de amigo.

Mais um belo trabalho aparece na minha frente. Coisa boa!

Recebi um convite pra atuar em uma peça com um texto maravilhoso de um jovem autor paulista.

Sempre que sou indicada para fazer determinado papel, me sinto mais responsável ainda em cumprir bem aquela criação. Afinal a confiança foi depositada em mim. E convite quando vem de amigo, o peso é maior. Assim como o orgulho em ser você o escolhido.

Cada personagem, por mais que tenha sido vivido (encenado) dezenas de vezes, sempre ganha uma nova vida, e única. A voz já não é a mesma, o corpo, a energia. Mas nesse caso o personagem determinado para mim poucas vezes ganhou vida. Adoro essa sensação.

A estréia está prevista para daqui a exatos 7 dias. Os ensaios já acontecem a outros 7 dias. Totalizando no dia da estréia 14 dias ensaiados para vivermos uma história forte, inteligente, engraçada, dramática e surpreendente.

Meu personagem (assim como todos da peça) é forte. Uma espécie de prova, de Julia pra Julia. Um personagem maravilhoso de viver em um texto preciso e colorido. Um prazer completo.

Assim que estiver tudo certo, com data, hora e arte de divulgação, apresentarei a ficha técnica. Uma turma boa demais de conviver e assistir. Que privilégio o meu!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quando o fim chega.

No final do longo processo de um grande trabalho as coisas a nossa volta passam a ser vistas de forma diferente. Um sintoma de “dever cumprido” aparece, e a vontade de “qual é a próxima etapa?” se faz presente. Uma espécie de instigação. Assim me sinto agora. E isso é bom!

Hoje gravei o penúltimo capítulo da vida da Mimi. Com ela aprendi muito e sinto que me fez dar um passo decisivo na minha profissão. Pude aprender muito em cena e fora dela. Mimi me fez crescer como profissional. E isso ninguém me tira.

Depois de um ano e três meses intensos de convivência, pressão, cara à tapa, erros, acertos, aprendizados, boas parcerias, amigos maravilhosos e muitos momentos lindos, chego a conclusão que sou privilegiada. E agradeço por isso.

Mas o fim está próximo. Sábado Mimi viverá seus últimos momentos e aproveitarei cada segundo deles.

Agora é baixar a ansiedade e olhar pra frente. E acreditar, sempre!

Mimi..sentirei saudades de você e de seus amigos! E também dos nem tão amigos dela, mas meus. Novos e queridos amigos.. Obrigada!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Agora sim o ano começa


Todo ano é a mesma sensação: o ano realmente começa depois que o carnaval termina.

Nunca soube explicar o porquê disso, mas acredito que só após a quarta-feira de cinzas o ano está pronto para um começo. Esse ano não poderia ser diferente.
Por que nós, habitantes do Brasil, vivemos pro carnaval? Esperamos o carnaval chegar pra poder celebrar a vida e esperamos ele passar pra poder começar a vida. E agora começou. Te confesso que fico feliz.

Todo ano olho no calendário a data certa do carnaval pra poder me organizar. Fico mais feliz quando o ano começa logo. Sou meio workaholic para me sentir tranquila com um carnaval em Março. E como esse ano será longo, vamos começar os “serviços” e começar a escrever no meu blog, que tanto adoro. Andava distante do computador. Estava atolada arrumando a casa nova e renovando meu material pra buscar mais e mais trabalho. O material está lindo e eu há mil por hora pra trabalhar! Por isso minha animação nesse 2010 que começa, mesmo, agora.

Hoje está valendo 2010!

Obs: Já demos um belo passo nesse ano que começa: Arruda na cadeia!! Já vi que esse ano “não será igual aquele que passou/ô ô ô ô, ô que passou”!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Amor

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez,
geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram pra nós que amor não é acionado,
nem chega com hora marcada

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é
a metade de uma laranja,
e que a vida só ganha sentido
quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar o
que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula
chamada "dois em um", duas pessoas
pensando igual, agindo igual, que era
isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação.
Que só sendo indivíduos com personalidade
própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é
obrigatório e que desejos fora de hora devem ser
reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e
magros são mais amados, que os
que transam pouco são caretas, que os que
transam muito não são confiáveis,
e que sempre haverá um chinelo velho
para um pé torto.

Só não disseram que
existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para
todos, e os que escapam dela estão
condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado,
frustram as pessoas, são alienantes,
e que podemos tentar outras alternativas.


Ah, também não contaram que ninguém vai
contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.

E aí, quando você estiver muito
apaixonado por você mesmo, vai poder ser
muito feliz e se apaixonar por alguém."



(John Lennon)