quinta-feira, 29 de abril de 2010

Brinde a Vida!





A vida é uma passagem e acredito que todos nós pensemos assim.

Por mais que uns não acreditam em céu ou inferno, acreditamos no aqui e agora e isso já basta pra nos fazer querer aproveitar o máximo possível tudo que estamos vendo e sentindo.

Então falemos de vida:

Semana passada minha avó querida completou 90 anos de vida. Estão sendo muito bem vividos. Minha avó continua ativa fisicamente e mentalmente. É uma das mulheres mais inteligentes que conheço. Acredito que todos que a conhecem dividam da mesma opinião que eu.

Exatamente pela paixão que todos sentimos por ela reunimos 91 pessoas que a amam, no seu jardim na última tarde de sábado, para brindarmos a vida. Minha avó é sinônimo de vida. Foi uma bela festa com duração de 12h. Muita música, vinho, cerveja, batida e pro seco pra celebrar a vida!

Minha avó é uma mulher de poucos abraços, mas muitos comentários precisos. Ela abraça sem tocar. Ela ensina sem querer. Ela inspira sem sentir. Ela é naturalmente um exemplo. E sem saber a dimensão disso tudo, ela vai vivendo.

Numa semana onde a vida foi celebrada, a morte andou por perto e nos levou um jovem cheio de talento e carisma. Um cara que vivia pra música e pros filhos. Que tinha uma vida saudável e alegre. Aliás “saudável e alegre” são duas coisas comuns entre minha avó e o Zé São Paulo. Zé era um cara com saúde, alegre e desportista. Um cara cheio de amigos e fãs. Assim como minha avó.

Com essa semana tão contraditória, onde a vida e a morte caminharam juntas, chego à conclusão que nada melhor que olhar a vida com simplicidade. Pra quando nosso momento chegar estejamos satisfeitos com nossos feitos. Assim acredito que Zé estivesse.

Aproveite a vida. Celebre a vida. Cuide dos seus amores e nunca deixe de dizer o quanto ama quem ama de verdade. Eu amo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tomo suas Mãos nas Minhas


Ontem assisti a um espetáculo que me deixou completamente apaixonada: “Tomo suas Mãos nas Minhas”.

Em cena estão a bela e talentosíssima atriz, Mirian Freeland e também igualmente brilhante, Roberto Bomtempo. A peça é uma história contada a partir de cartas que eram trocadas por um autor e sua atriz: Anton Tchekhov e Olga Knípper.

O texto é a costura das 412 cartas trocadas pelo casal. A tradução é da Carol Rocamora, e é de uma delicadeza quase única. Trata-se de um romance puro e forte. Um amor quase impossível, não só pela tuberculose grave que ele tem ou pela diferença de idade, mas pela distancia física um do outro.
Encontram nas cartas única maneira de manter esse amor vivo. E conseguem de uma forma firme e fiel.

Mirian e Bomtempo são casados na vida real. Formam um casal tão doce e precioso que parecem até a encarnação de Tchekhov e Olga. Uma sintonia tão linda em cena que fazem o teatro inteiro se apaixonar.

Aí penso: um romance lindo e real. Que bom. Apesar de poucos usarem cartas pra se comunicar, o amor puro e verdadeiro pode existir sim, e isso que importa.

Me senti muito privilegiada.