quinta-feira, 21 de maio de 2009

Paz e amor

Tem dias que os problemas se tornam enormes quando não deveriam.

Tenho vivido isso de uns dias pra cá.



Nasci numa família grande, tenho irmãos e muitos primos. Sempre tivemos que “brigar” pelo nosso espaço. Saudável, até. Sempre tentando chamar a atenção para nossas qualidades, para assim podermos conquistar nosso momento de atenção dentro de uma família tão grande.

Eu e meus irmãos fomos criados muito livres. Nossa mãe vivia mais tempo em São Paulo ou viajando pelo mundo a trabalho, do que em casa. Foi uma craque na área musical, muito respeitada e vencedora. E meu pai tinha a rotina centro da cidade/casa. Fomos criados a distância, mas sempre bem criados. Tanto que os três são honestos, amigos e batalhadores. Acredito que a arte fez com que criássemos um jeito diferente e viver. Com mais amor e cuidado.

Essa criação diferente do tradicional nos tornou pessoas diferentes. Não é bom nem ruim, apenas diferentes. Somos mais independentes de atenção que os outros, prezamos por mais liberdade que os outros e temos nossos segredos secretos. Nada grave, mas prezamos por discrição. Sempre fomos assim. Fofoca não é com a gente. Não alimentamos, resolvemos.

Nosso jeito “diferente” atrai pessoas, pois acredito eu, ser evidente uma qualidade quando o tema é: “não dependência”, “não grude”, “liberdade”, “paz”. A gente busca esse equilíbrio, exatamente por ter o tido na infância. A gente não tinha pressão dos pais com o boletim, não tínhamos cobrança de banho, de estudo, de amigos. A gente vivia total liberdade, mas com a arte presente, que nos deu personalidade e caráter.

Não somos perfeitos. Claro que não! Coisa chata, também! Senão não teria a graça da vida, que é a transformação que ela nos aplica diariamente. Eu sou cabeça dura, sou difícil de me abrir, caretinha nos relacionamentos, detesto cobrança de atenção e de atitudes, sou difícil em ouvir críticas, sou extremamente organizada com minhas coisas: não gosto de toalha molhada na cama nem privada destampada; por isso vivo só. Mas sou amiga, isso sei que sou. Amo ser, por isso admito essa qualidade, com orgulho.

Esse texto é uma forma de tentar aplicar o simples na vida de uma pessoa que amo muito e que está passando por uma fase ruim na vida, mas que já vai passar. Eu e meus irmãos tivemos mil motivos pra sermos revoltados com a falta de tempo que nossos pais tiveram pra gente. Mas não. Usamos a nosso favor. Somos extremamente unidos. Claro que já foi tema de choro e briga, mas resolvemos. Principalmente porque quisemos resolver pra viver com paz. Por isso acredito que o ideal a você, é aplicar essas tempestades a seu favor. Olhe pra dentro de você e veja o porquê desse incômodo enorme com coisas que já deviam ter sido resolvidas. Foque na solução, e não no problema.



As tempestades tem sido intensas, só que em copos d água pequenos demais. As tentativas de conversas foram frustrantes, por impaciência e cabeça dura de ambas, mas tentativa de solucionar, houveram. Como tentei, como tentamos. Então uma dica: a vida passa rápido, não desprenda energia a coisas que não vão lhe trazer sensações positivas. Se está magoada, xingue, grite, mas dê uma trégua a vida.

Relaxe e divirta-se na sua viagem! Vai te fazer bem. Te amo e seremos amigas pra sempre. Eu quero! Lá lá lá!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma declaração..

Vivia a te buscar
Porque pensando em ti
Corria contra o tempo
Eu descartava os dias
Em que não te vi
Como de um filme
A ação que não valeu
Rodava as horas pra trás
Roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho
Pra encostar no teu

Subia na montanha
Não como anda um corpo
Mas um sentimento
Eu surpreendia o sol
Antes do sol raiar
Saltava as noites
Sem me refazer
E pela porta de trás
Da casa vazia
Eu ingressaria
E te veria
Confusa por me ver
Chegando assim
Mil dias antes de te conhecer



Valsa Brasileira
Chico Buarque e Edu Lobo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um dia na TV

Muita gente me pergunta como é meu dia-a-dia na TV. Imagino o quanto a imaginação de uma pessoa que não vive essa realidade, pode viajar. No bom sentido.

Então resolvi escrever sobre o tema:

Costumo chegar na hora marcada, ou antes, já que a primeira função de um ator é ir se preparar fisicamente para “encarnar” o personagem. O primeiro passo para essa transformação é cabelo e maquiagem. Cabelo esse que tenho pra dar e vender. Por isso chego cedo. Pra compensar tenho uma pele limpa e lisa. Cuido dela com muita atenção e cuidado. Meu segredo é mantê-la limpa no dia-a-dia. Não durmo de maquiagem e uso adstringente diariamente, mesmo que não tenha me maquiado no dia. Mas isso não vem ao caso agora, já que o tema é outro.

Assim que chego à sala de maquiagem, meu cabelo é escovado, mesmo seco. Após aproximadamente 30 min. passo para maquiagem. Mimi é discreta na make. As profissionais capricham na pele, usam uma leve sombra e um hidratante na boca. Após essa “transformação” passo para figurino. No camarim as araras são montadas com os figurinos de acordo com as cenas e trocas. Camarim feminino e masculino, de acordo com o sexo do ator. Claro!! Em cada cabide tem o número da cena e da roupa. Sempre tem uma profissional para nos ajudar com a troca. Mesmo que haja tempo suficiente para execução do serviço, elas estão a nossa disposição para que não haja erro. Afinal qualquer pequeno erro se torna gigante quando se trata de uma produção de TV. Tempo realmente é dinheiro em um caso desses.

Cada personagem tem caixas com adereços do personagem, como brincos, pulseiras, prendedores. A Mimi, por ser do núcleo pobre na trama, não é de muito assessórios, tadinha, mas me divirto na escolha dos mesmos. Os figurinistas costumam nos deixar à vontade na escolha.

Depois de pronta, além de esperar pela hora da minha cena ser gravada, costumo ir em busca de amigos de cena para “bater texto”. Essa expressão representa o estudo do texto. Uma forma de nos prepararmos para a hora do “ação”. Normalmente sugerimos soluções para a cena. Isso tudo antes de chegarmos no set de gravação, já que lá quem manda é o diretor e é ele que respeitamos e escutamos. Nós, atores, e todos que estão presentes.

Em cada gravação de cena tem, pelo menos, 20 pessoas presentes: figurinistas, cabeleireiros, maquiadores, camareiras, câmeras-men, iluminadores, produtores de estúdio, responsáveis pelo áudio, revisores de cena, pessoal de corte de cena, assistênte de direção, diretor. Fora as pessoas que estão dentro do suiter, assistindo a cena para ter certeza que tudo está ok para ir ao ar. Muito trabalho pra cada segundo editado. Por isso, cada vez que você for levantar pra fazer xixi durante uma cena ou qualquer outra coisa que interrompa a sua atenção à novela, valorize o momento vivido, pois está deixando de prestigiar horas e horas de trabalho dedicado por uma gigantesca equipe.



Agora minha personagem passará por uma transformação. Uma espécie de amadurecimento, para poder viver um belíssimo romance. Uma hora decisiva para Mimi e pra mim. Portanto estarei mais e mais voltada para essa fase, por isso, me perdoe caso eu fique mais ausente da vida blogueriana.

Me deseje sorte.