domingo, 29 de novembro de 2009

Cara a tapa

Quando entrei pra TV tinha uma breve noção do que poderia virar a minha vida quanto ao tema exposição, que sempre foi a questão que mais me afligiu, mas não temi e encarei.

Ainda não sou um nome tão citado, por mais que esteja no horário nobre de uma grande emissora. Ainda engatinho quando falam de ”fama”. E não pretendo me levantar tão cedo se pra isso precisar abrir minha vida íntima. Não é esse o resultado que busco depois tantos anos de estudo e investimento em arte. O que busco é poder criar, me transformar, expor minhas idéias e pensamentos, não minha vida particular. Acredito que tenho muito mais a acrescentar falando de outros temas que não da minha vida íntima. Já falei isso aqui uma vez, mas agora o tema cabe voltar à tona:

Fui convidada por um profissional que gosto muito, Pedro Garrido, pra fazer uma sessão de fotos mais “ousadas” do que o normal, pra mim. Eram fotos sensuais aonde nenhuma parte íntima seria exposta. Nunca sonhei em posar nua e não pretendo posar. Nada contra. Nada mesmo, mas não me vejo numa revista nua.

Não sei se por vaidade ou por ser uma revista que gosto muito e que me ajudaria a divulgar a minha imagem, resolvi topar e fiz a tal sessão. Encarnei um personagem que era uma mulher corajosa e decidida com a sua sensualidade. Não que eu não seja, mas não encaro uma lente de câmera fotográfica com aquela atitude e com tanta facilidade, a não se “protegida” pela minha personagem.

Enviei também uma breve redação sobre a minha trajetória profissional e alguns percalços do caminho.

O resultado da matéria foi belo e digno. Após ler e olhar cada detalhe da matéria, me senti mais madura como mulher. Foi um longo passo dado por mim, uma mulher que se sente ainda muito menina quando o tema é sensualidade. E uma menina que se sente muito mulher quando cita a trajetória de vitórias nessa profissão tão concorrida.

Por isso a importância dessa matéria. Foi algo além do objetivo que havia imaginado.

Só senti a visão deturpada com uma coisa: não sou uma pessoa de reclamar da vida. Não me acho e não me sinto uma pessoa infeliz. Muito pelo contrário! Olho a vida com um olhar muito positivo, por pior que ela possa estar, e acredito que o incômodo, qualquer ele que seja, nos movimenta a mudar o rumo das coisas. Então quando cito que passei “perrengue” com falta de grana, quis incentivar aos que estão passando pelo que eu passei ou que estão passando pelo sofrimento que seja, passem a olhar pra frente e seguir acreditando que a vitória virá, basta não desistir, e acreditar. Eu acreditei e continuo acreditando.

Agora o novo passo é não deixar que opiniões machistas e/ou sem fundamentos altere a minha vontade em continuar seguindo o caminho da arte. Esse sonho é meu, e é nele que acredito.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

“Rio de Janeiro demorô é agora”

Sou uma leitora diária de jornal, por essa razão sou assinante. O primeiro e quase único caderno que leio fala sobre arte. Seja teatro, TV, cinema, exposições. Assino por essa razão, mas hoje quase desisti da fidelidade. Pode ser pela minha idade, esta que já permite ver a vida nua e crua. Já não creio nos Lulas que votei. Infelizmente. Mas na arte acredito, toda orgulhosa, acredito!

Mas me deparei com uma matéria sobre o Rio de Janeiro, a cidade mais em alta do momento: a cidade eleita aonde as pessoas são as mais felizes, a cidade ponto turístico do público gay, a Cidade Olímpica, a Cidade Maravilhosa: Rio de Janeiro.

Falava de pontos turísticos que amo, como Parque Lage, Pedra da Gávea, Odeon, mas citava uma atitude nada carioca, a meu ver de carioca orgulhosa que sou. Era um anúncio de aluguel de espaço na areia da praia. Como assim??? A praia é o lugar mais democrático já existente. Vê-se, ouve-se, aprecia-se, vive-se, divide-se, tudo que há de mais valioso na vida: a vida, as culturas, as diferenças, o espaço. Então, como assim “aluga-se um lugar na praia??”. Nem nos resorts mais caros do mundo a praia é privada! É PROIBIDO, entende? É um lugar comum. De todos. É um privilégio enorme podermos praticar a liberdade.

O tema “alugue seu espaço na praia” me deixou envergonhada. Sou uma carioca, com orgulho, e sei que os cariocas têm prazer em receber pessoas, seja no boteco ou na praia. A gente tem orgulho da nossa cidade e de repente ler algo tão antipático quanto a liminação de um espaço a ser, ou não, usado. Muito anti-carioca pra minha visão tão carioca. Uma pena ser um jornal tão lido. Uma pena ter sido no meu jornal predileto.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Apagão?

Viver um apagão numa cidade em guerra dá medo, mas viver um apagão dentro de um teatro com Naná Vasconcelos improvisando para aguardar o retorno da luz, é SENSACIONAL!

O palco apagou e Naná continuou por mais 40 min tocando seus instrumentos que só ele tem e regendo o público com sons e palmas. Foi um show à parte aonde cada umas das 700 pessoas presentes devem se sentir privilegiadas por fazer parte. Assim me sinto.
Vivi isso na noite de terça. Noite em que a usina de Itaipú apagou a luz de 18 estados do Brasil e ainda, Uruguai e Paraguai. Pra você ver a potência dessa “descarga elétrica” que a usina recebeu... Será que foi mesmo uma “descarga elétrica”? Até aonde podemos nos sentir seguros com nossos administradores? Será que o problema foi mais grave, mas com uma leve “maquiada” o povo não questiona e fica tudo como estava? Não sei e nem quero saber.

Honestamente, queria ser um pouco mais jovem pra não ter visto tantas coisas cruéis acontecendo sem punição, assim acreditaria em tudo que me dizem, inclusive em Papai Noel. Ainda pediria de Natal um novo país, do jeitinho que todo brasileiro honesto sonha: com nossos impostos pagos para pessoas que os use de forma correta, a favor do contribuinte e onde as pessoas vivam com paz e tranqüilidade. Só quero sossego. Tim já dizia.

O bom do apagão (sem contar com Naná fenômeno), foi o valor enorme que demos aos nossos radinhos à pilha que só não estavam em um lixo qualquer por preguiça ou esquecimento. Eles nos mantiveram em contato com o mundo. Voltamos anos luz, nessa noite. Nos unimos em volta de mesas e conversamos. Fomos obrigados a trocar, a ouvir. Era impossível dormir pelo calor excessivo. Então a solução viável foi a conversa entre amigos, o violão sempre bem vindo, a cachacinha, já que geladeira não gelava mais a cerveja. Foi uma noite especial, que se tornou mais ainda quando as luzes do Cristo Redentor se acenderam novamente e pude me sentir segura pelos seus braços abertos. Será?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Comente que eu gosto


Já ouvi algumas vezes comentários positivos sobre meus textos daqui do Blog. Adoro quando acontece e cada vez mais tem acontecido, mas o que me deixa feliz mesmo, muito feliz, é quando postam os comentários. Aqui eles se tornam "eternos". Além do enorme orgulho que me dá cada vez que os leio. Gosto de lê-los e relê-los.

Existe uma ferramenta que calcula a quantidade de visitantes em um Blog. E o número é cada vez mais alto. Sinal que gostam da minha escrita. Mas sem os comentários, fico sem saber aonde agrado, ou o que desagrado, já que não sou unânime, e nem pretendo, senão fica chato.

Então, esse texto vem em forma de sugestão: comente, elogie, critique, fale mal, sugira temas, questione, qualquer coisa, mas se expresse.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Carpe Diem

Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã

Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses
darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia
não brinque. É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho.

Se muitos invernos Júpiter te dará ou se este é o último,
que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar.

Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo
reescale as suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento
está fugindo de nós.

Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã.