terça-feira, 29 de setembro de 2009

Da Minha Precoce Nostalgia

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de
domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de
Porto, dizer a minha neta:
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu
lado. Tenho umas coisas pra te contar.
E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
- O nome disso não é conselho, isso se chama corroboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões.
E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os
cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou colocar mais ou menos assim:
É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.
Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e
seus olhos também irão.
E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer,
mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai
depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Aproveite sua
casa, mas vá a Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, a Barcelona e a
Austrália. Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele
seja o carteiro.
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..."
Tenha uma vida rica de vida.
Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é
imprevisível.
Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque
sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam
também detalhes desnecessários.
Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou
status. A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido
com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de
aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém
diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no
olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o
assunto é paixão.
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus
instrumentos de criação. Leia.
Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se
não por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre
fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.
Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas
mais raras de amor.
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa
vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era só isso minha querida. Agora é a sua vez. Por favor, encha mais uma
vez minha taça e me conte: como vai você?


De Maria Sanz Martins

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Chocolate engorda e TV também

Sempre ouvi a frase “TV engorda” e sempre concordei com ela. As TVs nos deixam pessoas maiores pra cima e pros lados. Mas hoje em dia, com o surgimento das TVs tela plana, meu Deus! Só a Débora Seco fica magra.

Venho de uma família bem festeira, como já citei em algum texto antigo daqui do meu Blog. Gostamos de almoços cheios de parentes e amigos, regados a vinhos e Bobós de camarão ou bacalhaus, feitos pela excelente Maria. Mas isso tudo tem um preço alto, que pago feliz da vida, já pensando na próxima recompensa pelo pagamento.

E para poder desfrutar de tudo isso malho diariamente. Adoro. Sempre me alimentei saudavelmente e sempre gostei de esportes. Nado, ando de bicicleta pra cima e pra baixo, faço spinning quase diariamente, caminho muito, faço musculação, já fiz futebol, remo, ioga, capoeira e vôlei. É quase impossível eu passar um único dia sem fazer algum tipo de exercício, mas mesmo assim sofro com a balança. Nada grave, mas não imprimo no vídeo a minha real imagem. Fico com bochechas tipo as do Fofão. Pra quem é nascido antes dos anos 80 sabe bem quem foi o Fofão. Até que é fofo mesmo, mas longe de belo.



Como nos tempos atuais a beleza tem um valor mais alto ainda, a preocupação com a imagem física, triplicou, assim como as clínicas de estética, os procedimentos cirúrgicos e os tratamentos para embelezamentos. E como vivo de imagem, volta e meia me passa pela cabeça sobre uma solução para “bochechas avantajadas”, estas que não tenho na vida real, mas que na TV passam a existir com toda a força e personalidade. A ponto de a minha avó perguntar, num dia assistindo a minha personagem Mimi na novela “Poder Paralelo”: “Por que colocam essas bochechas na Julia?!”.

Após a estréia da novela, com a conclusão da minha estranha transformação na tela, cheguei à conclusão que o ideal seria uma radicalização alimentícia. E assim fiz. Passei a tomar muito chá verde, a comer sopa à noite, diminui minhas saídas noturnas, já que elas são sinônimo de taças e taças de vinho, dobrei minha ida à Velox - academia que freqüento - e parei de comprar amendoim “pra visitas” já que estas quando não eram convidadas não vinham, e eu quem devorava-os. Até que melhorou, mas ainda não é a solução.

Então cheguei à conclusão melhor que poderia ter chegado: Já que especialistas que visitei (angiologistas, homeopatas, endocrinologistas e meu personal querido, Eduardo Lage) já me disseram que meu DNA é esse e não adianta sofrer por isso, relaxei e só foco na minha interpretação. Como ela sempre foi o motivo de tanta formação que tenho, é nela que focarei! E ando feliz com o resultado.

sábado, 12 de setembro de 2009

Exposição? Só de quadros

Um dia desses me perguntam se eu não me sinto muito exposta por ter um blog. Minha resposta foi imediata: “Não!!”. Tenho verdadeiro horror à exposição da vida privada. Não consumo e nem vendo vida particular. Penso e concluo que na vida tem tantas coisas pra se aprender sobre tantos temas, como arte em geral, que é meu tema predileto, que nem sobra tempo nem interesse de “entrar” na vida privada de qualquer ser que seja.





Quando falo de mim aqui, é mais no intuito de me conhecer mesmo. É uma espécie de laboratório de mim mesma. Aqui releio e “me leio”. Por isso que meu tema predileto são shows, cinema e teatro, que são assuntos que freqüento, com prazer imenso.

Quando cito minhas experiências vividas, vem em forma de ajuda. Depois de tantos anos de auto-análise, além de me ajudar, pretendo ajudar pessoas que possam ter vivido ou estejam vivendo dúvidas vividas antes por mim. Acho saudável e só. Não me abro, não me exponho. Honestamente, nem pretendo.

Não me acho uma Freud. Nossa, longe disso! Mas sei que experiências intensas de vida que tenho, são similares a muitas outras intensas de muitas pessoas. Por isso a divisão de experiência, e só, ta? Nada mais que isso.

Termino aqui concluindo que continuarei no meu mundinho, quietinha e intensa, do jeitinho que gosto de ser e que só eu entendo. Pra que dividir mais que isso? Ta bom assim pra todos, não ta? Então ta.

A palavra “íntima” já se diz por ela mesma. Então, vida íntima, é minha, assim como a sua, é sua. Se quiser saber da minha vida de atriz ou de pessoa feliz com a Visconde Produções, minha produtora de vídeo com meus sócios-irmãos, que tem projetos super ultra mega criativos, tô dentro. Pode perguntar. Mas só. Combinado?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tudo bem, bem, bem

Andei relendo meu Blog e cheguei à conclusão de que passei uma imagem que não é exatamente a quero e que sou.

Em muitos textos cito a minha busca pelo amor ideal. E sei que não existe um. Sei sim que podemos nos adaptar às pessoas e às situações, fazendo dos momentos vividos, ideais. Isso que chamo “ideal”: momentos agradáveis. Se a sensação é boa, já ta bom. Não busco mais que o simples. A felicidade é simples, a gente que complica.





A vida é feita de cada segundinho. A gente não tem mania de relembrar o passado? Relembramos praticamente os segundos vividos, como: “aquele olhar que demos ou recebemos, aquele prato delicioso que comemos ou aquele filme que assistimos”. Então, a vida é feita DESSES momentos. A soma de todos eles é que faz a nossa vida ser/estar agradável e boa. Por isso busco momentos bons de vida.

Estou feliz como estou, porque vivo cada segundo com felicidade. Não busco mais que isso. Já me sinto completa. Sei bem que a felicidade é meu destino, afinal é nela que foco. E ela que colho, a cada segundo. Pra que mais? Por enquanto ta ótimo!

Reflito muito sobre tudo que vejo e vivo por isso te garanto que não busco nada mais que colhi. Assim tentarei me manter: plena. Se eu merecer ser mais feliz, que eu seja. Mas que ando de bem com tudo e todos, ando. A gente atrai o que vibra e eu ando vibrando felicidade.

Quanto o tema “amor”, ta tudo bem. Procuro me manter apaixonada. A paixão me move pra vida. E eu sou movida à paixão. Bom né?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009