sábado, 13 de setembro de 2008

GABEIRA por Nelson Motta.

UTOPIA CARIOCA


RIO DE JANEIRO - Sempre que vejo na televisão a propaganda do TSE mandando a gente ficar de olho nos nossos eleitos, sinto um certo constrangimento e uma sensação de
ridículo institucional. Mas também um estranho orgulho e um vago sabor de uperioridade: há várias eleições voto no deputado Fernando Gabeira e nunca me decepcionei com seus votos, atitudes e atuação política, mesmo quando, às vezes, discordo de seus pontos de vista. Sua honestidade e inteligência são inquestionáveis.

É uma felicidade democrática ter alguém que realmente representa no Congresso o que você pensa e acredita. Isto também é quase ridículo, porque é uma exceção do que deveria ser a norma, como é em países civilizados. Mas fiquei ainda mais orgulhoso agora que ele impôs suas condições para ser o candidato da frente PV-PSDB-PPS à prefeitura do Rio de Janeiro.

Não pediu poderes ilimitados, nem caminhões dedinheiro, nem submissão dos partidos à sua vontade: exigiu uma campanha limpa, sem ataques pessoais, propositiva; divulgação pela Internet dos fundos e despesas da campanha, e o principal: caso eleito, que o
secretariado seja escolhido por méritos e critérios profissionais e não partidários, sem o habitual loteamento como moeda de troca por apoio político. Ele não acha que só porque "todos" fazem errado ele deve fazer também. É quase uma utopia. Mas se é a
realidade em países civilizados, por que não, um dia, no Brasil?

Conhecido por sua trajetória dedicada aos direitos humanos, à ecologia, saúde,educação e cultura, com reconhecida capacidade de diálogo democrático e
tolerância, sem concessões à ladroagem e à política-como- ela-é, o que ele propõe é o óbvio. Mas parece um sonho quase impossível.

O Rio de Janeiro merece esta esperança.


Nelson Motta

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