Tenho vivido isso de uns dias pra cá.

Nasci numa família grande, tenho irmãos e muitos primos. Sempre tivemos que “brigar” pelo nosso espaço. Saudável, até. Sempre tentando chamar a atenção para nossas qualidades, para assim podermos conquistar nosso momento de atenção dentro de uma família tão grande.
Eu e meus irmãos fomos criados muito livres. Nossa mãe vivia mais tempo em São Paulo ou viajando pelo mundo a trabalho, do que em casa. Foi uma craque na área musical, muito respeitada e vencedora. E meu pai tinha a rotina centro da cidade/casa. Fomos criados a distância, mas sempre bem criados. Tanto que os três são honestos, amigos e batalhadores. Acredito que a arte fez com que criássemos um jeito diferente e viver. Com mais amor e cuidado.
Essa criação diferente do tradicional nos tornou pessoas diferentes. Não é bom nem ruim, apenas diferentes. Somos mais independentes de atenção que os outros, prezamos por mais liberdade que os outros e temos nossos segredos secretos. Nada grave, mas prezamos por discrição. Sempre fomos assim. Fofoca não é com a gente. Não alimentamos, resolvemos.
Nosso jeito “diferente” atrai pessoas, pois acredito eu, ser evidente uma qualidade quando o tema é: “não dependência”, “não grude”, “liberdade”, “paz”. A gente busca esse equilíbrio, exatamente por ter o tido na infância. A gente não tinha pressão dos pais com o boletim, não tínhamos cobrança de banho, de estudo, de amigos. A gente vivia total liberdade, mas com a arte presente, que nos deu personalidade e caráter.
Não somos perfeitos. Claro que não! Coisa chata, também! Senão não teria a graça da vida, que é a transformação que ela nos aplica diariamente. Eu sou cabeça dura, sou difícil de me abrir, caretinha nos relacionamentos, detesto cobrança de atenção e de atitudes, sou difícil em ouvir críticas, sou extremamente organizada com minhas coisas: não gosto de toalha molhada na cama nem privada destampada; por isso vivo só. Mas sou amiga, isso sei que sou. Amo ser, por isso admito essa qualidade, com orgulho.
Esse texto é uma forma de tentar aplicar o simples na vida de uma pessoa que amo muito e que está passando por uma fase ruim na vida, mas que já vai passar. Eu e meus irmãos tivemos mil motivos pra sermos revoltados com a falta de tempo que nossos pais tiveram pra gente. Mas não. Usamos a nosso favor. Somos extremamente unidos. Claro que já foi tema de choro e briga, mas resolvemos. Principalmente porque quisemos resolver pra viver com paz. Por isso acredito que o ideal a você, é aplicar essas tempestades a seu favor. Olhe pra dentro de você e veja o porquê desse incômodo enorme com coisas que já deviam ter sido resolvidas. Foque na solução, e não no problema.

As tempestades tem sido intensas, só que em copos d água pequenos demais. As tentativas de conversas foram frustrantes, por impaciência e cabeça dura de ambas, mas tentativa de solucionar, houveram. Como tentei, como tentamos. Então uma dica: a vida passa rápido, não desprenda energia a coisas que não vão lhe trazer sensações positivas. Se está magoada, xingue, grite, mas dê uma trégua a vida.
Relaxe e divirta-se na sua viagem! Vai te fazer bem. Te amo e seremos amigas pra sempre. Eu quero! Lá lá lá!