

Esse texto foi escrito pela minha irmã querida, Lia. Minha intenção era postar um texto para minha mãe, pelo dia de hoje, mas depois de ler a carta da Lia, me senti representada.
Hoje, dia 13 de julho de 2008, completa 1 ano que minha mãe foi cuidar da gente lá de cima. No ínício era uma confusão de sentimentos, arrependimento, culpa, raiva, e dor, muuuuita dor......tudo aconteceu tão rápido........Com o passar do tempo você vai se acostumando a viver com esse vazio imenso e com a dor que não cessa. Mas outros sentimentos vão se misturando e você passa a lembrar das coisas boas. Tantas palavras de carinho, tantas estória boas , que me encho de orgulho. Minha mãe era realmente uma pessoa especial. Tinha um coração enorme, capaz de adotar o mundo inteiro. Com um senso de humor peculiar , achava muito mais graça na vida real do que em qualquer filme de comédia. Era chique e a vontade ao mesmo tempo. Adorava passar trote, minha avó paterna era das suas vítimas preferidas além de ser também um dos amores da vida dela. Viciada no trabalho, sempre viajou muito, mas nem por isso deixou de ser uma mãe muito presente em nossa educação e formação de caráter.
Sempre apoiou nossas escolhas, sabia que não estávamos de brincadeira, afinal com ela aprendemos que trabalhando é possível conquistar o mundo. Pelo menos no caso dela deu certo.... Acho que um dos maiores medos da Mami era que nós desistíssemos dos nossos sonhos. É claro que tem o lado de mãe, de querer ver seu filho bem financeiramente, com um vida estável, mas ela sabia que isso não era o suficiente para nós. Por isso cada dia eu me sinto mais forte para investir em minha carreira, eu devo isso a ela. Dona Ana falava muito dos filhos, cada vez que ela me apresentava um amigo novo de lá vinha a pergunta, "Você que é a cantora?", " Ela fala sempre de vocês".
Apesar de ser uma mulher de negócios, independente, do mundo, era muito família. A nossa girava em torno dela, desde sempre. Inclusive os agregados. Era doida pelo Cesinha e ele por ela. E mesmo sendo uma agregada da família Monteiro/Sabugosa arrisco dizer que era mais da família que alguns parentes de sangue.
Não sei como será daqui pra frente, mas sei que o que ela construiu é muito sólido. Não há um só dia em que eu deixe de pensar nela, as expressões que só ela usava, as histórias incríveis de vida, e o mesmo acontece com meus irmãos e meu pai. Meus filhos não terão o prazer deste convívio, mas com certeza irão conhecer a avó através do meu pai e de nós 3, essa família que ela construiu e que a amava tanto.
O mundo ficou bem mais chato!!!!!!!!!!
Uns tempos depois daquela triste sexta feira 13 o Blimba, nosso primo, conversando com meu irmão perguntou se ele não teria uma letra a ser musicada. Alguns dias depois o Fil lhe mandou a letra que segue. Com a mesma rapidez o Blimba compôs a musica. E agora um ano depois vocês poderão ouvir esta composição. É só acessar www.myspace.com/oqueimportamesmo. Quem quiser poderá receber por email também, é só me pedir.
O QUE IMPORTA
Foi tão só lembrar
Para então lavar meu corpo
Com gotas salgadas,
Suas flores regadas por mim
Revi o que me trouxe,
Embrulhado em belo papel
Aberto em sufoco
Do embrulho, bem pouco restou
(refrão)
Mas eu guardo o que importa de você
Os momentos, foram muitos, pode crer
Serei forte, já devia, do começo
Reconheço que deixei tanto a dizer
Vou sempre escutar
O que só você dizia
Conta então pra mim
Como só, enfim, respiro
Solto em meu olhar,
Brilhante vai estar, seu rosto
Rogo então sonhar
Leve, flutuar, contigo
(refrão)
Mas eu guardo o que importa de você
Os momentos, foram muitos, pode crer
Serei forte, já devia, do começo
Reconheço que deixei tanto a dizer
Fica aqui nossa homengem a essa mulher maravilha! Te amo mami!!
Lia